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terça-feira, 6 de julho de 2010

Mito da Caverna de Platão e a Igreja: uma analogia

Síntese sobre o mito da caverna

“Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além, todo o mundo e a natureza”.
(Síntese do Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII da República)

Interpretação da alegoria

Platão referia-se aos seus contemporâneos, com suas crenças e superstições. O filósofo era qual um fugitivo capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo mais amplo. Ao falar destas verdades para os homens afeitos às suas impressões, não seria compreendido e seria tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.

O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade. Para o filósofo, a realidade está no mundo das idéias e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo ilusório das coisas sensíveis, no grau da apreensão de imagens, as quais são mutáveis e corruptíveis.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_caverna)

Analogia com a Igreja

Essa caverna poderia muito bem ser uma analogia para a TV ou para o mundo enquanto sistema de idéias e valores. Pode também ser comparada com a igreja ou as religiões. Isso porque muitas igrejas buscam “vender” um produto capaz de acabar com todos os sofrimentos e problemas das sociedades. Pregando um cristianismo moldado pelos valores capitalistas e individualistas, e assim, se autopromovendo às custas de pessoas que caminham no senso comum.

Nesse sentido, constroem cavernas (igrejas) que direcionam as pessoas a viverem uma falsa religiosidade, em “sombras”, alienados politicamente e culturalmente e condenados a perseguirem uma prosperidade através de “correntes, campanhas e profecias”. Oferecem ainda uma visão de mundo (as sombras) para que as pessoas caminhem de acordo com uma explicação simplista, presentes em sermões que usam mais chavões do que o próprio Evangelho.

Dessa forma, o que fazer diante dessa triste realidade em que muitas igrejas se encontram? Ficar apenas na crítica é fácil e em nada nos edifica, pois ao mesmo tempo em que criticamos devemos pensar em soluções e saídas. Podemos ser aqueles que estão tentando quebrar os “grilhões” para escalar as paredes da “caverna” e enfim perceber o mundo externo. E o grande dilema presente no mito da caverna de Platão consiste naquilo que será feito depois que conseguirmos sair da caverna, ou em outras palavras, o que fazer para vivermos uma espiritualidade fora dessa “moldura”?

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