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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

AS NORMALIDADES DO MUNDO...

Cuidado com as normalidades do mundo…

Sim, pois no mundo a vida é um morrer de descuido e de descaso...

Portanto, seguir a normalidade da vida segundo o mundo, de fato é entregar-se ao fluxo dos que vão na avalanche pensando que o abismo não chegará nunca...

A normalidade do mundo é doença segundo Deus...

Tal é a normalidade do mundo que pelo voto se pode escolher Barrabás...

No mundo um homem que salve uma vida em situação de por a sua própria em risco, é um herói; enquanto aqueles que vivem todos os dias salvando vidas, são apenas pessoas que fazem isso...

No mundo..., poder é domínio sobre outros...

No Evangelho..., poder, antes de tudo, é controlar a si mesmo.

No mundo a inveja faz os homens quererem crescer segundo o mundo...

No Evangelho, por exemplo, o que move um homem na vida deve sempre ser o amor que a ninguém inveja, e que é contente em ser quem é...

O mundo diz que o Grande é o quantificável...

O Evangelho diz que o quantificável é nada, pois o que É não é mensurável...

O mundo diz que odeia o ódio, mas odeia sempre com mais ódio ainda aqueles sobre os quais são impostas as certezas de “eles” serem os promotores do ódio...

No mundo quem não aceita um desafio é covarde...

No Evangelho aquele que aceita um desafio é tolo...

O homem do Evangelho nunca deve aceitar desafios de outros, mas apenas andar segundo sua própria superação em amor sábio.
Entretanto, no mundo é normal dar segundo se recebeu...

A toda ação corresponde uma reação equivalente, advoga o mundo, seguindo como sabedoria para a vida a Lei da Gravidade e das forças das pedras e dos projéteis...
No Evangelho... à cada ação que incida sobre nós, deve haver uma ponderação...; e, então, depois, a escolha do curso de caminho que seja o nosso próprio caminho, e não um andar tangido pelo pastoreio dos impositores de caminhos e veredas desviados...

Na normalidade anestesiada do mundo, todo sucesso é prisão e mais escravidão ainda ao sucesso como deus...

No Evangelho todo verdadeiro sucesso liberta a pessoa da escravidão do sucesso segundo o mundo.
O mundo do qual falo é apenas um: esse feito de ideologias, grifes, objetivos e cronogramas de alcance de alvos bem materiais e terrenos... Sim, o mundo do qual falo é esse ente sem dono humano aparente, mas que controla todas as nossas decisões, dando-nos a ilusão de livre arbítrio...

Ora, nesse mundo pode-se odiar quem nos odeia; pode-se antipatizar gratuitamente; pode-se tudo o que se pode...; exceto matar... [exceto nas exceções convencionadas] ou roubar [a menos que se evite ser “pego”].

No mundo é normal ser aflito, angustiado, preocupado, desejoso, insatisfeito, sempre em busca de algo, sempre se medindo por outros, sempre na Maratona das Comparações...

No mundo o normal é consumir...

Portanto, tome cuidado; pois ser normal segundo o mundo é fazer-se louco diante de Deus e da vida que é.
Não esqueça nunca que a única normalidade já vista em um homem está no Filho do Homem.



Pense nisso!
Caio
6 de agosto de 2009





terça-feira, 14 de dezembro de 2010

thamires...

...nossa pequena (não tão pequena) Thamires, passou por momentos de dificuldades neste fim de semana...passou por uma cirurgia, mas já esta tudo bem...sua mamãe que estava em São Paulo, veio rapidamente ao primeiro sinal do pedido de ajuda de sua filha, todos nós ficamos aliviados ao vermos que tudo correu bem,,,Thamy....oramos que a sua recuperação seja o mais rápido possivel.....

Isto me fez lembrar que o nosso Pai que estás nos céus, não é diferente,,ele sempre vem ao nosso socorro quando clamamos por Ele...não importa o que vc fez no "verão passado", Deus nos ama e esta a um pedido de ajuda de nós, por isso hoje, amanhã ou qualquer dia ou situação que vc se encontre, clame a Ele, e Ele te responderá.....um beijo...
N'ele que nos ama por simplesmente nos amar...

claudinei...

domingo, 12 de dezembro de 2010

encontro da mesa....

Nosso encontro será na proxima terça feira 21/12 na casa do ailton...
lembre-se:
"Não há nada que eu faça ou deixe de fazer, fará com que Deus me ame mais ou menos, Deus nos ama porque Ele É amor, e seu amor é incondicional, e não faz acepção de pessoas".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

O rosto de Deus




Rafael, Michelangelo e vários outros pintores tentaram retratar o rosto de Deus. Foram infelizes. Como mostrar na tela quem nunca foi visto? Com a proximidade do Natal, mais artistas procuram esboçar o que imaginam ser o rosto de Deus.

Ele se parece com uma criança? É o frágil bebê das manjedouras? Talvez; o reino do céu pertence aos pequeninos, aos que mamam. Ao tentar desenhar o mistério, o artista termina com um ídolo.

O rosto de Deus, entretanto, pode ser experimentado nos sem-teto que perambulam pelas ruas e dormem nos viadutos das grandes cidades. Quando Jesus nasceu, a família estava sem moradia certa, não possuía recursos para pagar uma hospedaria e viu-se obrigada a refugiar-se em um estábulo.

O rosto de Deus pode ser percebido em vítimas de preconceito e em injustiçados. Sobre o menino que nasceu em Belém pairou uma dúvida: ele era de fato filho de José? O casal não inventara aquela história toda para se safar de um rolo?

O rosto de Deus se revela nos desprezíveis, nos que foram condenados à margem da história. Quando o menino nasceu, ninguém notou ou escutou o alarido dos anjos. A trombeta que anunciou paz na terra pela boa vontade de Deus passou desapercebida da grande maioria. Apenas um punhado de pastores foi sensível para presenciar o momento mais importante da história.

Qual o rosto de Deus? Ele não se parece com os cartões postais ou com o menino de barro das lapinhas. Deus é igualzinho a Jesus. E Jesus é bem parecido com o vizinho do lado, com a mulher que pede socorro na delegacia do bairro e com a família que chora a morte do filho no corredor do ambulatório.

Não é preciso muito para encontrar Deus, basta um coração de carne, humano.


Ricardo Gondim


Soli Deo Gloria
18-11-10

domingo, 24 de outubro de 2010

Glorio-ossário




Igreja com I maiúsculo corresponde ao que Jesus e o Novo Testamento definem como Igreja; ou seja: o encontro com Deus e uns com os outros em torno do Nome de Jesus e em acordo de fé com o Evangelho—o que faz de todo Encontro Humano, em fé, um encontro-igreja, onde Jesus promete estar presente, mesmo que sejam apenas dois ou três re-unidos em Seu Nome! E só se re-unem em Seu Nome por se saberem a Ele unidos!

Igreja “entre aspas” são as representações histórico-institucionais do fenômeno histórico, social, econômico, político e culturalmente auto-definido como “igreja”, e que tem uma hierarquia (Clero), sigla (Denominação), geografia-fixa (Prédio) e membros-sócios! Ou seja: Igreja a gente encontra no caminho. “Igreja” a gente vai ao encontro dela ou a gente a identifica pela Placa ou pela Propaganda!

Cristianismo é a expressão histórica da Religião que confessa a Jesus como Filho de Deus, mas cujo processo de institucionalização trabalha com mais freqüência contra os Interesses do Reino de Deus que no sentido indicado pelo Evangelho.

Catolicismo é um derivado do Cristianismo que se vê como o “Reino Estatal de Deus na Terra”— tudo entre aspas.
Protestantismo é o movimento histórico-cristão que quase conseguiu... mas perdeu o pro-testo, que é sempre algo pró-teste! Assim, virou apenas uma Re- Forma! Só há pro-testo se o caminho for sempre pró-teste, em fé, e tangido pelo Vento do Espírito, conforme a Palavra!

Evangélico é o ente que crê no Evangelho e que crê na salvação em Jesus, conforme a Graça revelada em Cristo. Por exemplo: o apóstolo Paulo era um genuíno Evangélico!

Evangélico, “entre aspas”, é o ente indefinível, que se utiliza da fé em Jesus através da mediação da “Igreja Evangélica”, que é a auto-definição coletiva dos cristãos que nem sempre confiam ou gostam uns dos outros, mas que só se enxergam coletivamente sob esse Guarda-Chuva, furado de baixo para cima pelas
pontas afiadas dos guarda-chuvas menores que cada um usa para garantir sua própria proteção enquanto aniquila o que confessa como devoção: o Evangelho!

Cristão, historicamente, é um ser no Limbo, vivendo entre a Lei e a Graça, sofrendo entre o medo de Deus e o amor irresistível que por Ele sente. Por esta razão prova a devoção como angústia, desespero, culpa neurose e paranóia.

Discípulo de Jesus é o ser que apesar de se reconhecer relativo, se sabe — pela fé na Graça de Deus que gera o dom da fé — como alguém que é irreversivelmente de Jesus e que aprendeu que o Caminho acontece na companhia de irmãos que sempre sujam os pés na jornada — por isto lavam os pés uns dos outros em nudez —, mas que crêem que quem já está limpo pela Palavra de Cristo não
necessita lavar senão somente os pés.

Liberdade é a capacitação na Graça e na Verdade de poder escolher-se deixar- levar pelo Espírito, que realiza o Bem de Deus no ser humano, conduzindo-o no Caminho Estreito que acontece em fé, entre a Lei e a Libertinagem, na vereda do amor.

Pecado é ...sou. Cada um deveria saber o que é! Cada um sabe, especialmente se não for instruído moralmente a respeito! Pois, assim, saberá o que o pecado é, e não se neurotizará com o que dizem pecado ser!

Graça é ... toda-tudo-toda manifestação do amor criador-redentor de Deus— e que se expressou supremamente no Escândalo da Cruz—, que sempre é favor imerecido, incluindo a criação do ser, mesmo que seja um ser assim como sou! Pois, sou-serei-sendo-já-sou, Nele!

Voz... é o testemunho interno do Espírito no meu espírito.
Deus... é amor!
Ele...é Aquele que vive em mim!


Retirado do livro: Sem barganhas com Deus
Autor: Caio Fábio

sábado, 16 de outubro de 2010

Venham a mim....

“Venham a mim as massas exaustas, pobres e confusas ansiando por respirar liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade. Eu os guio com minha tocha”.


Você imagina onde está esta inscrição?

( ) Alguma igreja evangélica.

( ) Algum ministério independente.

( ) Algum ministério de louvor/adoração.



E pensar que poderia estar como titulo de alguma das alternativas acima, mas não está. Esta frase está numa placa nos pés da Estátua da Liberdade.

Mas ela pode estar escrita ou inscrita nas tabuas de seu coração, assim como estava em Jesus, não havia nenhuma placa para identificá-lo, mas estavam em seu coração estas palavras.





Claudinei....

terça-feira, 12 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O DIABO MORA NA PORTA DA NECESSIDADE

Jesus disse aos judeus que Deus poderia “das pedras suscitar descendência à Abraão”. Entretanto, Ele negou-se a transformar pedras em pães. Mas, paradoxalmente, iniciou Seu ministério transformando água em vinho.

Portanto, quando da tentação—ocasião na qual negou-se a transformar pedras em pães—a ênfase não recai na violência essencial, do ponto de vista físico, que tal “transformação” implicaria, mas sim nas razões que o induziam a ver naquilo uma tentação.
Ora, Ele estava sendo sugestionado pelo diabo, e, em toda sugestão que carregue uma motivação errada, não importando o que seja, seguí-la, é sempre algo mal.
Aqui, neste ponto, fica claro que a questão de Jesus para não realizar aquele feito, não era de natureza moral e nem teológica, mas sim existencial. Seguir aquela sugestão seria mal tanto em razão da motivação—de um lado, fome; de outro, demonstração de poder—, quanto também em razão do motivador: o diabo.
De fato, o diabo mora na esquina onde a necessidade e oferta se encontram sob o patrocínio da fome. O interessante, naquele episódio, é que o diabo não faria nada, e não fez nada, exceto sugerir que Jesus fizesse algo por Si mesmo. Isto porque o diabo precisa do indivíduo para realizar qualquer coisa. O diabo não realiza nada na Terra sem o homem. O mal não é pré-definido, necessariamente. Às vezes ele o é, e todos sabemos quando ele já chega com sua própria cara. Na maioria das vezes, entretanto, o mal não tem cara de nada mal, exceto pelo fato que ele realiza o casamento da necessidade instintual ou existencial, com a oferta de algo que seria anti-natural, mas realizaria um alívio imediato.

As tentações que nascem do instinto e da existencialidade são poderosas. Aliás, essas são as únicas tentações que de fato tentam. O erro, nesse caso, está na entrega da necessidade à sugestão que vem de fora. É esse ceder à sugestão aquilo que conflitua a alma. Isto porque, sozinho, Jesus jamais transformaria pedras em pães a fim de se alimentar. Mas quando o diabo se imiscui no ambiente da necessidade, então, a simples fome virou tentação.

Ter fome não é mal, ao contrario, é bom. Pouca coisa é tão ruim quanto fome zero. Viver sem fome pode ser muito ruim, e quem já sofreu de algum tipo de inapetência sabe o que estou falando.
O equilíbrio da existência está entre a fome e o pão. Pão sem fome é um horror, e fome sem pão é uma desgraça.
É justamente nesse limbo que o diabo mora!
O diabo não vive do que é mal, mas sim de transformar o que é bom em algo ruim, pois que, tal coisa, se realizaria como concessão dele. O diabo adora pretender fazer concessões. Ele sabe que são essas concessões ilegítimas aquilo que torna até o ato de comer pão em algo culposo.

Na realidade aceitar algo como concessão do diabo é aquilo que torna qualquer coisa em algo ruim. Nesse caso, o corpo treme de fome, e as pulsões de estranhos desejos se somam à necessidade, e a alma mergulha a caminho da transgressão a si mesma.

Pior do que a fome é o pão que carrega a sugestão do diabo!

Jesus se viu livre da tentação não negando a necessidade (o pão), mas afirmando a necessidade superior do ser: comer também e, sobretudo, a Palavra de Deus.

Negar a fome aumenta a tentação. Assumi-la, esvazia a tentação.

Quando você estiver com “fome”, e for algo normal, não negue a fome—afinal, depois de 40 dias e noite quem não estivesse morrendo de fome seria anormal—, ao contrário, respeite-a e chame-a pelo nome, você mesmo, e não deixe que ninguém se torne senhor de sua necessidade.

Jesus saiu dali e foi comer. E comeu comida de anjos. Mas só comeu o que era bom porque negou-se a comer conforme o cardápio do diabo.

Nenhuma necessidade humana é pecaminosa. A pecaminosidade da necessidade é apenas fruto da sugestão e de como ela vem.

Ora, assim como é com Deus, assim também é com o diabo, pois a questão não é o quê, mas sim como.

Sim, eu repito: a questão não é o quê—posto que todas as coisas provêm de Deus—mas sim “como”, posto que nem tudo o que é bom, é bom sempre, pois todo bem se torna em mal quando o patrono da solução é o diabo.

Assim, não se preocupe com a sua fome, mas apenas com as “soluções” que você encontra.

E lembre-se: Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus.



Caio

2003
Copacabana

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Graça num lugar árido...

A palavra graça significa muitas coisas para muitas pessoas. Isto está certamente resumido no título inteligente do livro de Lofton Hudson: A Graça não É uma Loira de Olhos Azuis.

para ler mais..
acesse o link abaixo....

http://smenga.blogspot.com/2010/06/graca-num-lugar-arido-2-samuel-91.html

domingo, 3 de outubro de 2010

COISAS QUE DEUS GOSTA...

Por Renato Vargens
Deus gosta de música, de dança, de arte e cultura.

Deus gosta dos ritmos diferenciados, de instrumentos diversificados, de contemplação, balanço e gingado.
Deus gosta da música do sabiá, da canção afinada do pintassilgo, da melodia do curió, da suavidade do rouxinol.

Deus gosta de cores, gosta da mata, dos verdes campos, do azul do mar, do vermelho das flores. Deus gosta dos animais, das plantas, dos vegetais, dos simples pardais.

Deus gosta de poesia, de belas canções, de doces melodias, de festa, do sorriso, de alegria.

Deus gosta
da vida, do silêncio, dos tons musicais, das interpretações teatrais, da gargalhada descompromissada, do choro emocionado, de ternos abraços apaixonados.

Deus gosta da amizade guardada a sete chaves debaixo do peito, Deus gosta de cumplicidade, de carinho, dignidade e respeito.

Deus gosta
do almoço de domingo, da família unida, do por do sol, das noites de verão, das tardes festivas, do beijo entre irmãos, de carinho, perdão e reconciliação.

Deus gosta de paz,
de harmonia, de afeto noite e dia. Deus gosta do sorriso da criança, Deus gosta de mim, Deus gosta de você.

Como Deus é maravilhoso!


***
Renato Vargens, falando da Graça com graça, no Púlpito Cristão

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


O simples fato de que Deus derrama sua graça sobre nós já é uma verdade libertadora, tranqüilizadora, transformadora, abençoadora e digna de confiança. Mas, há mais algumas dessas verdades esplêndidas que nos revelam ângulos magníficos do amor e do caráter de Deus:

A graça não excepcionaliza ninguém:

Deus ama os autênticos! A graça não procura os excepcionais, mas os honestos. Seja qual for o seu pecado, sua crise, seu cárcere, a graça o alcança – é para você! Frente à graça somos confrontados para sermos libertos. É quando assumimos quem somos – pecadores – que a graça dá seu espetáculo. Um pregador puritano costumava dizer: “Se não estás perdido, de que te serve um salvador?” A graça é para todos porque ela não depende do que nós fizemos para Deus, mas sim, do que Ele já fez por nós. O mérito da graça é o mérito que não temos. A igreja, como casa da graça, não pode ter privilegiados, prediletos ou caciques e suas excentricidades – ela deve ser de todos, porque é casa da Graça!

A graça é a resposta para o dilema de Deus: um Deus santo amando pecadores:
Deus nos ama, mas nosso comportamento o enoja. Ele é santo, nós pecadores. Deus é justo e nós absurdamente injustos. Como é para Deus lidar com isso? Como se aproximar ao máximo de nós se o pecado e sua podridão nos afasta dele? Aqui é que entra a graça! A grande graça está no fato marcante e decisivo de que Deus não desistiu e não desiste de nós. Na cruz, ele resolve o dilema. Absorve o pecado em Cristo e nos liberta para a plenitude da vida. Como escreveu um pensador: "A graça é a lente através da qual Deus nos enxerga".

A graça nos liberta dos cárceres da alma:
Não há carrasco pior do que o nosso coração. A graça é capaz de eliminar as toxinas da culpa porque nos garante a assombrosa verdade de que Deus nos ama como somos, sem disfarces ou máscaras, sem as tatuagens da religião, sem as sombras do passado. A graça nos liberta para sermos nós mesmos, mas agora transformados por Deus, através do encontro com Cristo. Quando Deus nos transforma, não nos faz sermos aquilo que nunca fomos, pois isso seria admitir uma falha no processo primário da nossa criação. Quando Deus nos transforma, Ele nos devolve à forma original, a que ele pensou, com amor, ao nos criar.
Como escreveu Brennan Manning: “No homem Jesus, vemos a face humana de Deus”. Jesus é a graça encarnada no chão da história.

A graça é a mais extraordinária possibilidade existencial (Is.48)

O texto de Isaías 48 é feito num tom sofrido, pois é Deus tratando a natureza de Israel. A nação de Israel é toda forjada na conflitividade. São filhos do conflito. Israel nasce da luta entre um homem e Deus no Jaboque (Gn.32.22-32). Jacó é a constituição humana de Israel. Essa constituição é extremamente complicada, porque a vida de Jacó é um turbilhão de emoções e sensações. Ele é um homem complicado, um ser em fúria. Parece até uma contradição: o povo escolhido por Deus nasce de homens em crise com Deus. Jacó é um rosto para assumir essa graça.

Há algumas verdades nesse texto que atestam para a graça como a mais extraordinária possibilidade existencial:

Você não é um susto para Deus:

Deus não nega suas escolhas. É gente que ele escolhe, não seres perfeitos. Ele resolveu trabalhar conosco. Deus escolhe gente real, de carne e osso. Gente da pior espécie, gente que precisa de Deus. Se você quiser saber com quem Deus anda, olhe para o Jesus do Novo Testamento: de publicanos e pescadores à mulher samaritana, ele ganhou a fama de “amigo de pecadores” (Mt.11.19). O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, disse: “Jesus foi o homem dos outros” Esse conflito entre o que somos e o que graça quer fazer de nós é chamado de “tensão da graça”: Deus sabe que somos pecadores, mas se nega a deixar que continuemos assim. Mudanças e transformações são especialidades de Deus. Ele nos dá a possibilidade de ser, só para a gente mudar!

A graça quebra as neuroses da vida:
Ela triunfa sobre a síndrome do fatalismo. Transforma os cenários mais trágicos da alma. Ela nos alimenta com a esperança. Através da graça, podemos olhar dentro de nós e almejar a pureza. Ela nos faz encarar os monstros da alma. Nos piores momentos, Deus afirma sua presença. Mesmo nos dias onde tudo à nossa volta aponta para a dolorosa ausência de Deus, ainda assim, a graça nos revela o abraço eterno de um Deus que jamais fica ausente. Deus vê todos os processos de nossa vida, toda a construção histórica que somos é encarada com seriedade e amor pelo Deus que nos criou à sua imagem.

Na graça é que podemos experimentar a paz:
Quando estamos conscientes da atuação sempre fiel da graça de Deus, desfrutamos perfeita paz, pois não estaremos livres das crises, mas aprenderemos com cada uma delas. Não esperaremos que a dor desapareça para que possamos descansar, mas no caos da dor, seremos livres para adorar ao Deus que nos ensina as preciosas lições de sua constante orientação. É o que Davi, no magistral Salmo 23, nos afirma: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo”. Ele não muda o vale, mas o divide comigo. Ele não faz do vale um céu, mas leva o céu para andar comigo no vale, porque Deus sabe que eu preciso do vale para meu crescimento e aprendizado.

John Newton disse: "Não sou o que posso ser, não sou o que devo ser, não sou o que quero ser, não sou o que espero ser; mas agradeço a Deus porque não sou o que outrora era, e posso dizer com o grande apóstolo: 'Pela graça de Deus, sou o que sou'".

Até mais...

Alan Brizotti

terça-feira, 7 de setembro de 2010

ESSENCIAL DA VIDA - Mario de Andrade



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói até o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, sobre assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres, orgulho, e mentiras de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, sabe que é melhor acertar, mas se errar, admite e tenta consertar.

Não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. Pessoas que amam e respeitam seus semelhantes.

O essencial faz a vida valer a pena. E, para mim, basta o essencial! 


Imagens: Google Imagens

O TEMPO - Luís Fernando Veríssimo


Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E depois uriná-los, o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber...

Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver. Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia. UFA!!! E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFICILLLLL…As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma). E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas amizades quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo!!!! Todos os dias, um dia sim, o outro também, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Dizer EU TE AMO, toda hora, ''ainda pego quem inventou essa neura...que saco!!!'' Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico. Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Se tiver tem que brincar com ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar deprimido....

Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes ao mesmo tempo. Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra, os cunhados... Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do EU TE AMO, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde). Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio. Agora você tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena, ai lascou de vez, porque o tempo que ia sobrar para você....meu já era. Criança ocupa um tempo danado. Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo. E já que vou, levo um jornal...Tchau....

Imagem Latinstock Brasil

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eu amei um Homossexual


Eu tinha aproximadamente 17 anos quando eu tive minha primeira experiência com um homossexual, lembro-me como se fosse ontem, eu ia pegar um ônibus para ir até minha igreja, como eu fazia todos os finais de semana. Era por volta das 18h e meu ônibus sairia em 30 minutos, foi quando eu avistei um senhor bem vestido e muito simpático, ele não tirava os olhos de mim, eu estava sentado em um banco perto do ônibus e ele mais afastado, quando ele começou a piscar para mim. Lembro que fiquei bastante constrangido, mas tomei coragem e o convidei para se sentar ao meu lado. Prontamente ele atendeu ao meu pedido, ele já veio logo segurando na minha mão, e começou a tocar no meu cabelo. Pois com o mesmo sorriso que o chamei eu falei para ele o seguinte:
_Tudo bem com você? Meu nome é Robert, qual é o seu nome?
_ Eu me chamo Marcos! Ele respondeu sorridente.
_Pois é, eu só te chamei aqui porque eu queria que você soubesse que eu sou muito feliz! Falei com um tom meio ousado.
_Eu já sei, você é feliz porque você tem muitos amigos assim “como eu”, por isso você é alegre! Ele respondeu todo empolgado.
_Não exatamente, na verdade eu sou muito feliz, porque um dia eu fui “lavado e remido pelo sangue do Cordeiro”. É sobre Ele que eu gostaria de te falar. Respondi com firmeza.
_A não!!! Você é crente? Só me faltava essa… 


Ele respondeu tirando as suas mãos de mim, e um tanto indignado. Como em nenhum momento eu demonstrei algum tipo de preconceito, e eu queria conhecer a sua história, conversamos sobre a sua vida e também sobre a Bíblia. Interessante foi eu estar levando minha bíblia na mochila, uma Thompson antiga, ou seja, uma bíblia enorme. À medida que passava um amigo do Marcos ele dizia:
_O Fulano vem aqui, esse é o Robert, ele é crente e não tem preconceito, ele quer falar sobre a bíblia com a gente. 


Naquele domingo eu não fui para o culto na igreja, eu fiz meu próprio culto em um banco de rodoviária cercado de vários homossexuais, alguns sentados ao meu lado e outros sentados no chão, eu com a minha bíblia gigante no colo, as pessoas que desciam dos ônibus, ou passavam por lá paravam para ver o que estava acontecendo. Não me preocupei em falar sobre salvação, pois todos eles já conheciam a respeito de Jesus, eu apenas falei sobre o amor e graça de Deus, muitas sementes foram plantadas naquela noite.


Ao chegar em casa, eu chorei muito na hora de orar para dormir, o grande vazio e os valores distorcidos daqueles homens, me tocou profundamente. Eu questionei, porque nós cristãos nos calamos tanto para essas pessoas? Porque eles diziam que eu não tinha preconceito? Qual era a visão de um homossexual para com a igreja, e qual a visão da mesma para com eles? Porque nós cristãos nos fechamos para essas pessoas?


Deus me respondeu que eu poderia e deveria amar um homossexual, pois só através desse amor ele poderia se encontrar em Deus. Talvez você esteja pensando agora: Seria correto eu subir no púlpito de uma igreja e dizer que eu amo um homossexual ou uma prostituta?


Nos meus vários anos de experiência com re-socialização, e missões noturnas, eu descobri não só na teoria, mas na prática que se não houver amor, nunca haverá recuperação, pois somente o amor verdadeiro, aquele que vem do alto, de Deus, o que não se limita à raça crédulo ou sexualidade definida, é que pode trazer um homem novamente ao convívio da sociedade. Ele ama incondicionalmente, mesmo quando nós não o merecemos, Ele ainda chora por nós, e sofre as nossas dores, porque ele odeia o pecado, mas sempre amou o pecador. Eu não tenho problema algum em subir em um púlpito para dizer em alta voz que eu já amei, e ainda amo um homossexual, isso porque eu conheci um cara que não teve vergonha de subir nu em uma cruz, só para dizer que ama os homossexuais, os pedófilos, as prostitutas, os ladrões, os drogados, entre outros pecadores como eu e você. Ainda hoje eu tenho muitos amigos, que cultivei nas ruas e nos prostíbulos, são eles travestis, prostitutas, drogados, alcoólatras, mendigos, clientes das drogas e da prostituição, verdadeiros desgraçados como eu, com a diferença de que eu fui alcançado pelo favor não merecido da parte de Deus. Isso não me torna mais ou menos amado por Deus, mas me da o privilégio de poder abençoar essas pessoas que também são queridas do Pai, quem os coloca à margem da sociedade somos nós, Deus os coloca como a coroa da criação a imagem e semelhança d'Ele mesmo.


Durante minha caminhada cristã eu percebi falhas em meu caráter, principalmente quando eu rotulava essas pessoas sem conhecer suas histórias de vida, talvez você se identifique com uma dessas falhas, e Deus esteja te chamando para um relacionamento mais profundo com Ele.


Descobri que se eu amo pessoas que supostamente tem uma vida santificada semelhante a minha pseudo-santidade, eu não passo de um homossexual gospel, tão somente porque a principal característica de um homossexual é que ele ama alguém do mesmo sexo, ou seja, alguém que se parece com ele. Se eu só quero amar meus irmãos da igreja, eu sou um homossexual gospel porque eu escolho amar quem é igual a mim.


Quando eu me encontro dentro de um sistema religioso, que nunca me permite enxergar a dor, os sofrimentos e as grandes desgraças do mundo e de quem esta ao meu lado, e eu me vendo para esse sistema, em troca de promessas que Deus nunca fez ou faria, quando quero buscar apenas bênçãos pessoais, eu não passo de uma prostituta gospel, pois eu nunca serei resposta para as mazelas do mundo ou voz contra injustiça, no lugar de lavar minha alma no sangue do Cordeiro, não somente para ser abençoado, mas para abençoar, eu lavo minhas mãos como Pilatos, nas águas sujas de um sistema religioso corrupto, que me ensina a buscar somente as bênçãos do Pai, mas muito pouco, o Pai que me dá essas mesmas bênçãos. O interessante é que nesse sistema eu posso ser uma prostituta gospel, mas a prostituta de verdade sempre vai ser uma meretriz, o gay um sodomita efeminado, o mendigo um morador de rua beberrão, a imagem e semelhança de Deus será sempre atribuída aos que foram alcançados pela graça sublime, ou aos líderes religiosos que são semi-deuses na terra. Daí a razão de serem prósperos em tudo.


Descobri ainda que quando eu vou para uma igreja com o intuito somente de cantar desesperado, levantar minhas mãos e chorar, ficar anestesiado e entorpecido pelo chamado louvor espontâneo ou louvor extravagante, eu sinto muito mesmo, pois nós precisamos rever nossos conceitos sobre louvor e adoração. Quem sou eu para questionar a forma como se louva, acredito que essa função é dada ao Espírito Santo, o problema é que biblicamente nós adoramos a Deus com atitudes e não somente com cânticos chamados espirituais, se eu não vivo o que eu canto essas expressões de louvor são apenas uma grande viagem, uma ilusão. Quando isso ocorre, eu não passo de um drogado gospel.


Se eu sirvo a Deus, somente com o intuito de ganhar dinheiro, seja através de uma fé genuína ou ainda por formas escusas, através do evangelho de uma falsa prosperidade, este mesmo que você esta pensado, este que tem arrastado milhares de cristãos para o inferno do capitalismo. Eu com certeza sou um mendigo gospel, pois eu não entendo que sem o próximo não existe Evangelho do Reino, e que viver somente de prosperidade seja qual for a área que se aplique ela, na verdade é viver de migalhas e esmolas espirituais, o que Deus quer nos dar em termos de qualidade de vida é muito maior que ouro e prata, não depende e nunca dependeu dessas coisas ou de uma vida cheia de grandes vitórias e glórias, se Deus tem te prometido somente essas coisas, acho que estamos falando de deuses bem diferentes. Ter um relacionamento íntimo e profundo com o Criador, essa é a verdadeira prosperidade. 


Ame incondicionalmente e com certeza você entenderá porque Deus te trouxe para este mundo, e assim será mais fácil você fugir desse mundo gospel. Hoje eu oro pelo Fábio (Travesti que atende pelo nome de Yasmin), pelo Edílson (ex-presidiário que é soro positivo, contraiu HIV após um estupro na cadeia), pela Claudette (se prostitui para sustentar o vicio de merla e crak), pelo Mário ( perdeu o senso da razão e é tido como louco, porque mora a mais de 20 anos nas ruas), entre outros muitos que eu poderia citar, pessoas maravilhosas que o próprio Deus me deu o privilégio e a honra de poder amar e abraçar como verdadeiros amigos. 


Perdoe-me se isso te incomoda, talvez Mateus 25:31-46 esteja rasgado ou riscado em sua bíblia, para não te incomodar também. Se você entende o que é Graça, e como ela somente inclui, não exclui, meus parabéns! Você esta apto para viver os valores e os conceitos do Evangelho do Reino de Deus, baseado no texto bíblico citado de Mateus, aproveite e tire um tempinho para ir visitar Jesus Cristo em um hospital, em uma prisão ou qualquer outro lugar onde as margens da sociedade se concentram. É legal quando nos lemos João 3:16 na ótica de I João 3:16. 


Para encerrar, sempre que eu vejo um homossexual seja um homem ou uma mulher na rua ou em qualquer lugar, eu fico muito tocado e faço sempre à mesma oração:
“Pai eu te peço, por favor, se eu tiver filhos, não permita que um deles se torne um homossexual, mas eu entendo que cada um escolhe seu próprio caminho e dará conta de si a Deus, como eu ouvi muitos exemplos de travestis que se diziam filhos de pastores ou filhos de crentes. Pai se um filho meu escolher este caminho, ensina-me a amá-lo como o Senhor ama a todos nós…” 



Robert Itamar Alves da Costa
JOCUM Floripa
Fonte: http://www.jocumdf.com

Imagem: Latinstock Brasil

DEMITIRAM O MEU PASTOR

Por Augusto Guedes

O pastor da minha igreja é alguém de quem eu gosto muito. Certo dia, fui surpreendido com a notícia de que ele fora demitido das suas funções, o que me levou a perguntar: Mas, por quê? Foi quando um amigo, que é da liderança, passou a me contar com detalhes...

"Na realidade, nem sabemos bem como explicar todo esse processo. Ao mesmo tempo em que nos sentimos frustrados com o desenrolar dos acontecimentos, por ser ele uma pessoa que aparenta não ter sequer um defeito, temos a sensação do dever cumprido por observarmos que ele nunca iria preencher o perfil exigido para a função de pastor da nossa igreja. Se nos relacionamentos ele é uma pessoa nota “mais que mil”, em muitas outras áreas ele deixa a desejar. E o pior é que observamos não se tratar de incompetência, mas de opção. 

Acredito que a decisão de demiti-lo foi acertada no sentido de preservar a nossa igreja, afinal, somos seus guardiões, e, assim, tínhamos a responsabilidade de tomá-la o quanto antes. 

Seu ministério conosco teve início de uma forma surpreendente. Estávamos sem pastor e a simples convivência com ele nos cativou de maneira tal que o seu reconhecimento à função tornou-se irresistível para nós. Foi quando descobrimos a nossa primeira divergência: enquanto achávamos de fundamental importância a sua confirmação nas funções eclesiásticas, de acordo com os nossos normativos, ele afirmava não ser necessário e até agia com certo desprezo. Mesmo assim, o seu pastoreio parecia ser indiscutível e unânime no seio da comunidade, o que entendemos como direcionamento de Deus. Terminamos abrindo mão – Que equívoco! Depois disso as coisas só pioraram. Há muito ele já vinha “pisando na bola” em várias situações, inclusive com a inversão de vários valores. 

Ao invés do púlpito, ele preferia estar à mesa. Desejávamos ter um grande pregador para os nossos cultos públicos, e ele o era - na realidade - imbatível. No entanto, por várias vezes delegou a sua atribuição a outros, preferindo estar nas casas dos irmãos ou nos bares e restaurantes da vida, comendo e bebendo em meio a uma boa conversa. Segundo ele próprio, esse era o seu principal ministério: “a oportunidade de ensinar, aconselhar, “encorajar, ouvir, chorar com os que choram,...” Quando perguntávamos por ele no meio da liderança, já havia até a resposta irônica: "deve estar por aí, de casa em casa, de mesa em mesa, de bar em bar".
 Imagem Latinstock Brasil

Aliás, nessa coisa de viver comendo e bebendo com as pessoas, chegou a sentar-se com muita gente que não devia. O pior é que várias dessas pessoas se converteram e não vieram para a nossa igreja. Ele só pregava o arrependimento e não uma adesão comprometida conosco e com a nossa visão. É verdade que, desses, todos mudaram radicalmente seus comportamentos, alguns abriram trabalhos sociais, passaram a promover reuniões caseiras ou, em seus ambientes de trabalho, tornaram-se intensos evangelistas. Muitos se reconciliaram com pessoas a quem tinham ofendido, pediram perdão, pagaram dívidas; mas só isso, apenas isso. 

Ao invés de solenidades, ele preferia o informal. Facilmente abria mão de reuniões, cultos e até rituais fundamentais, Como por exemplo, o batismo. Nunca batizou ninguém. Enquanto achávamos ser sua responsabilidade tal ordenança, ele delegava sempre aos outros, ensinando que todos, como sacerdotes, podiam fazê-lo em nome do Pai, do Filho e do Espírito. Santo. O mesmo acontecia com muitas outras atividades que julgamos pertencerem apenas àqueles investidos da autoridade pastoral. Na ministração da ceia, nunca se opôs à participação das crianças, nem exigiu o pré-requisito de ser membro da nossa igreja. Na verdade, nunca estabeleceu critérios tanto para a participação quanto para a ministração. Apenas encorajava uma busca por comunhão entre os irmãos e reconciliação com Deus, mediante o arrependimento, e o conseqüente comer do pão e beber do cálice. Há quem diga que ele instruía a celebração da ceia, independente do dia e do local, e não apenas no templo. 

Quando resolvemos votar uma remuneração pelos seus serviços prestados, outra vez nos decepcionamos. Esperávamos negociar um valor, enquanto para ele qualquer oferta valia. Desejávamos ter um bom administrador, mas parece que ele não sabia sequer administrar os seus próprios bens. Bastava encontrar alguém necessitando de alguma coisa para, de imediato, fazer uma doação. Internamente lutamos muito com isso, pois sempre procuramos lhe pagar bem, um bom salário, digno de um executivo de alto nível, o top da nossa sociedade. Mesmo assim ele nunca comprou sequer um carro. Já pensou? Andando sempre de carona? Isso não fica bem para um pastor. Queira ou não ele é nosso representante, atuando em nome da nossa instituição perante a sociedade. Mas parece que ele não liga muito pra isso. Além de não ter um carro digno de um homem de Deus, nunca quis morar num dos bairros mais chiques da cidade e nem vestir as roupas de algumas das principais lojas como lhe aconselhamos. Você sabe que isso é fundamental para se penetrar na sociedade! Pessoalmente eu fiquei muito triste, pois no seu aniversário, eu mesmo lhe dei uma camisa de grife e logo depois a vi sendo usada por aquele “João ninguém desempregado” no dia do casamento da sua filha. Até reconheço que ele abençoou o irmão numa ocasião tão significante, mas ele não podia ter feito isso. Eu lhe dei aquela camisa e esperava vê-lo pregando com ela no dia do aniversário da igreja. Foi exatamente aí a gota de água Justamente no dia da celebração do aniversário da igreja ele pediu licença para ausentar-se, a fim de estar com a família do seu amigo Lazaroni, que havia morrido. Questionado, chegou a sugerir que não houvesse a reunião e que todos fossem com ele. Foi uma total decepção para nós da liderança. Quase não acreditamos. Estava tudo planejado para ele pregar naquela noite com vistas à presidência da nossa denominação e da Associação de pastores da cidade. Tudo indicava que ele nem pensava nesse tipo de influência. Mesmo nas poucas reuniões administrativas que participou praticamente obrigado, nunca sequer opinou sobre as nossas estruturas, metas e ações do planejamento estratégico e nem mesmo quanto às questões litúrgicas. Ao sair, ainda lembrou-se do que sempre ensinava: melhor é freqüentar funerais do que festas. 

Aqui para nós, ele sempre perdeu muito tempo com as pessoas, ao invés de priorizar as atividades pertinentes às suas funções, tão necessárias à vida da igreja. 

Depois dessa tamanha decepção, começamos a enxergar a sua inadequação por não preencher alguns dos principais requisitos do perfil que sempre traçamos para os candidatos a pastores da nossa amada igreja: ele é solteiro, com menos de cinco anos de exercício no ministério, e não possui formação teológica. Só assim conseguimos convencer a maior parte da igreja a nos apoiar nessa decisão. Acertadamente o substituímos por um doutor em divindade, além de mestre em espiritualidade no antigo e novo testamento, e também bacharel pelo nosso seminário."

Depois que ele saiu, confesso que fiquei inicialmente um pouco preocupado com o seu sustento, mas logo lembrei que ele possui outra profissão: é marceneiro. Certamente se dará bem. Quanto aos irmãos, na realidade, muitos estão pensando como eu. Quando necessitarmos de um amigo verdadeiro é só convidá-lo para um bom bate-papo regado a um bom vinho em torno de uma saborosa refeição.

Ao final de toda essa explicação, descobri algo maravilhoso e libertador: definitivamente essa não é a minha igreja e Ele continua sendo o meu pastor. 

(Qualquer semelhança desta ficção com a vida eclesial dita "normal" não é mera coincidência. Desejo promover uma reflexão sobre o que Jesus possivelmente abominaria em nosso meio). 

O AMOR DE CRISTO

LUCAS 22: 59-62
“E, passada quase uma hora, outro afirmava, dizendo: Também este verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu.
E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo.
E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.
E, saindo Pedro para fora, chorou amargamente.”

Amar o outro a despeito das suas fraquezas e erros e imperfeições não é o perfeito amor. Não, amar é considerá-lo amável a despeito e junto com suas fraquezas e erros e imperfeições [...] A tarefa não é encontrar um objeto amável, mas considerar o objeto diante de si amável - seja dado ou escolhido - e ser capaz de continuar considerando esse objeto amável, não importa o quanto essa pessoa mude. Amar é amar a pessoa que se vê. Como o apóstolo João nos lembra: "Aquele que não ama seu irmão, a quem ele vê, não pode amar a Deus, a quem ele não vê." (1 João 4:20)

Considere como Cristo olhou para Pedro, uma vez que ele negou Jesus. Foi um olhar repelente, um olhar de rejeição? Não. Foi um olhar tal como o que uma mãe dá a sua criança quando a criança está em perigo devido à sua própria imprudência. Como ela não pode se aproximar e tomar a criança de perto do perigo, ela a desarma com um olhar reprovador, mas salvador. Então Pedro estava em perigo? Ah, nós não entendemos quão sério é para alguém trair seu amigo. Mas na paixão da raiva ou do ferimento o amigo ferido não consegue ver que o traidor é quem está em perigo. Ainda assim o Salvador viu claramente que era Pedro que estava em perigo, não ele, e que era Pedro que precisava se salvar. O Salvador do mundo não cometeu o erro de considerar sua causa como perdida porque Pedro não correu para salvá-lo. Em vez disso, ele viu Pedro como perdido caso ele não corresse para salvá-lo.

O amor de Cristo por Pedro era tão ilimitado que, ao amar Pedro, ele realizou o objetivo de amar a pessoa que se vê. Ele não disse: "Pedro, primeiro você precisa mudar e se tornar outro homem antes que eu possa te amar novamente." Não, ele disse simplesmente o oposto: "Pedro, você é Pedro, e eu te amo; amor, e mais nada, vai te ajudar a se tornar uma pessoa diferente." Cristo não terminou sua amizade com Pedro, e então a renovou quando Pedro se tornou um homem diferente. Não, ele preservou a amizade e dessa forma ajudou Pedro a se tornar em outro homem. Você pensa que Pedro seria ganho de volta, um dia, sem um amor tão fiel como esse?

Nós, gente tola, pensamos com freqüência que, quando uma pessoa mudou para pior, nós estamos livres de ter que amá-la. Que confusão de linguagem: estar livre de amar! Como se fosse uma questão de compulsão, um fardo do qual alguém quisesse se livrar! Se é assim que você vê a pessoa, então você realmente não a vê; você só vê indignidade, imperfeição, e admite assim que, quando você a ama, você não viu realmente a pessoa mas viu somente sua excelência e perfeições. O amor verdadeiro é uma questão de amar exatamente a pessoa que se vê. A ênfase não é em amar as perfeições, mas em amar a pessoa que se vê, não importa quais perfeições ou imperfeições aquela pessoa possa possuir.


Aquele que ama as perfeições que ele vê na pessoa não vê a pessoa, e, portanto não ama verdadeiramente, pois tal pessoa cessa de amar assim que a perfeição cessa.

Soren Kierkegaard (1813-1855)
Imagens: Latinstock Brasil

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mito da Caverna de Platão e a Igreja: uma analogia

Síntese sobre o mito da caverna

“Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além, todo o mundo e a natureza”.
(Síntese do Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII da República)

Interpretação da alegoria

Platão referia-se aos seus contemporâneos, com suas crenças e superstições. O filósofo era qual um fugitivo capaz de fugir das amarras que prendem o homem comum às suas falsas crenças e, partindo na busca da verdade, consegue apreender um mundo mais amplo. Ao falar destas verdades para os homens afeitos às suas impressões, não seria compreendido e seria tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.

O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade. Para o filósofo, a realidade está no mundo das idéias e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo ilusório das coisas sensíveis, no grau da apreensão de imagens, as quais são mutáveis e corruptíveis.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_caverna)

Analogia com a Igreja

Essa caverna poderia muito bem ser uma analogia para a TV ou para o mundo enquanto sistema de idéias e valores. Pode também ser comparada com a igreja ou as religiões. Isso porque muitas igrejas buscam “vender” um produto capaz de acabar com todos os sofrimentos e problemas das sociedades. Pregando um cristianismo moldado pelos valores capitalistas e individualistas, e assim, se autopromovendo às custas de pessoas que caminham no senso comum.

Nesse sentido, constroem cavernas (igrejas) que direcionam as pessoas a viverem uma falsa religiosidade, em “sombras”, alienados politicamente e culturalmente e condenados a perseguirem uma prosperidade através de “correntes, campanhas e profecias”. Oferecem ainda uma visão de mundo (as sombras) para que as pessoas caminhem de acordo com uma explicação simplista, presentes em sermões que usam mais chavões do que o próprio Evangelho.

Dessa forma, o que fazer diante dessa triste realidade em que muitas igrejas se encontram? Ficar apenas na crítica é fácil e em nada nos edifica, pois ao mesmo tempo em que criticamos devemos pensar em soluções e saídas. Podemos ser aqueles que estão tentando quebrar os “grilhões” para escalar as paredes da “caverna” e enfim perceber o mundo externo. E o grande dilema presente no mito da caverna de Platão consiste naquilo que será feito depois que conseguirmos sair da caverna, ou em outras palavras, o que fazer para vivermos uma espiritualidade fora dessa “moldura”?